plano da pratica
Hoje vivem no Brasil mais de 220 etnias, falando 188 línguas diferentes;
Cada um desses povos tem sua forma de expressão, sua religião, arte, ciência e sua dinâmica histórica própria que é diferente de um povo para outro;
Essa diversidade foi registrada nas crônicas do frei Gaspar Carvajal, ao descer o rio Amazonas em 1540. Em 1640, o padre Antônio Vieira denominou o rio Amazonas de rio Babel;
Em trabalho publicado em 1969, foi registrado que no ano de 1500 eram faladas mais de 1200 línguas;
O grau de intercomunicação entre os indígenas era variável. A diferença que pode haver entre duas línguas aparentadas, como a língua Tupinambá e Tupiniquim, ambas do tronco lingüístico Tupi, é comparável à diferença existente entre o Português e o Espanhol. É possível estabelecer um nível mínimo de comunicação;
No entanto, não ocorre, por exemplo, entre a língua Tupinambá (do tronco Tupi) e a Goitacá (do tronco Macro-Jê); neste caso, entre línguas de famílias diferentes, as diferenças podem ser comparáveis às existentes entre o Alemão e o Português. Ninguém se entende.
As línguas indígenas faladas hoje no Brasil estão classificadas em troncos linguísticos, ou famílias, grupos de línguas têm a mesma raiz, ou origem comum, mas também existe uma série de línguas isoladas, que são faladas por um único grupo e não tem nenhum grau de intercomunicação com nenhum outro povo.
As línguas indígenas foram, equivocadamente, consideradas atrasadas, inferiores e pobres, porém os linguistas sustentam que qualquer língua é capaz de expressar qualquer ideia, pensamento ou sentimento e não existe uma língua melhor que outra, apresentam vocabulário especializado ou simplificado, elaborados segundo os interesses e modos de vida dos falantes;
As pessoas, no entanto, confundem muitas vezes as línguas com os seus falantes. O que existe são falantes que, na estrutura social, ocupam posições privilegiadas em relação aos usuários de outras línguas;