Plano Collor
Sequestro das aplicações deixou uma das marcas mais traumáticas na economia brasileira
Vinicius Albuquerque, do R7
Texto:
Protásio Nene / AE /12-dez-1990
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O Plano Collor congelou por 18 meses o dinheiro que estava nos bancos
Há exatamente 20 anos a economia brasileira foi objeto de uma experiência inédita. Fernando Collor de Melo anunciou no dia 16 de março de 1990 – um dia depois de assumir a presidência do Brasil – um plano que prometia acabar com a inflação do país, que estava na casa dos 2.000% ao ano.
Por meio de uma Medida Provisória, Collor e sua então ministra da Fazenda, Zélia Cardoso de Mello, bloquearam a poupança e todas as aplicações financeiras da época acima de NCZ$ 50 mil (cruzados novos) – o equivalente hoje a R$ 6.000, em valores corrigidos pela inflação oficial, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).
Entre os governos de José Sarney – o primeiro civil a dirigir o país após 21 anos de ditadura militar – e o de Collor, o Brasil viveu cinco planos de estabilização econômica. Sarney, que a seu tempo teve taxas de popularidade e aprovação similares à do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, criou mecanismos de controle de preços como as chamadas tablitas, dando origem às “fiscais do Sarney” – que vigiavam os passos dos funcionários dos supermercados que andavam com marcadores de preços. Nenhum funcionou.
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Então veio o Plano Collor, que tinha como objetivo diminuir a quantidade de circulação de dinheiro na economia, o que inibiria o consumo e, por sua vez, ajudaria a reduzir as exorbitantes taxas de inflação. O efeito, porém, foi traumático, principalmente para quem aplicava na caderneta de poupança - hoje e sempre vista como uma forma de reserva a salvo de qualquer interferência.
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