PIRATARIA NOVOS MODELOS DE NEGOCIO
MUSICAL1
Leonardo Delgado Camillo Coura2
Resumo
O presente trabalho busca entender a influência das tecnologias digitais no mercado musical, e analisar as propostas de ação brasileiras frente à estrutura em modificação da cadeia produtiva da música, com foco nas formas de distribuição de conteúdo. Partindo das idéias apresentadas por três pensadores das tecnologias digitais
(Chris Anderson, Henry Jenkins e Manuel Castells) e de quatro entrevistas realizadas com representantes de diferentes setores da indústria fonográfica brasileira (Bruno de
Marchi, Gian Uccello, Hervé Muyal e Luciana Pegorer) o artigo busca discutir a pirataria e a reestrução da cadeia produtiva da música
Palavras-chave: cadeia produtiva; distribuição digital; mercado musical; modelos de negócio; tecnologias digitais
1
Artigo originalmente publicado in: ONÇA, Luciano Alvez; CAMARGO, Eder dos Santos; PIERRO,
Alexandre (org.). Economia da Cultura e Extensão Universitária. São João del-Rei: Malta, 2010.
2
Aluno do curso de Produção Cultural da Universidade Federal Fluminense – leocoura@gmail.com
Introdução
As chamadas novas tecnologias da comunicação vêm reconfigurando a relação entre produtores e consumidores no mercado digital. Possibilitando o acesso virtual a praticamente qualquer conteúdo, essas novas tecnologias têm mudado também o modo como a música chega às pessoas e como elas a absorvem. Inicialmente deixada de lado pelas grandes empresas, a música em formato digital vem crescendo em ritmo acelerado, criando uma gama própria de especificidades, e exigindo que a indústria se adapte a ela.
Originalmente a cadeia de consumo da música era estruturada, basicamente, de forma vertical e linear: o artista era contratado por uma gravadora, para que seu trabalho fosse lançado; a gravadora então investia fortemente na área de marketing, fazendo com que o single desse artista tocasse nas rádios e que ele aparecesse em programas de TV, jornais e etc;