Pinheiro junior
Adianta Pinheiro Junior que “UH tinha a peculiaridade de popularizar políticos e estadistas, ao mesmo tempo em que trazia o povo ao encontro de celebridades, familiarizando-as com o homem da rua”. O teatrólogo-jornalista Nelson Rodrigues foi talvez o melhor dos exemplos até a deserção dele, numa ruidosa demissão do jornal que coincidiu com o fim da era JK. Mas se o presidente Juscelino Kubitschek preencheu em UH o vácuo financeiro e ideológico deixado pelo suicídio de Getúlio (1954), Nelson Rodrigues demitiu-se do jornal para ninguém jamais tomar o seu lugar como folhetinista ao sabor do povão. E o povo gostava de Nelson Rodrigues porque ele, o pretenso “reacionário”, escrevia “A vida como ela é” estigmatizando preconceitos e rancores sociais como um perfeito intelectual “progressista de esquerda”.
Há ainda dezenas de importantes personagens no livro “A Ultima Hora (como ela era)” com perfis bem delineados por Pinheiro Júnior, que durante 17 anos se fez editor e diretor de UH até seu fim em 1972, quando SW perdeu o jornal para próceres do governo militar.
Pinheiro Junior diz que este é um livro de jornalismo narrativo e de memória explícita, mas também é o romance não ficção de um jornal cercado de comédias, dramas e tragédias em suas páginas e no próprio dia a dia da redação. “Uma história fascinante e imperdível, representada ainda pelo escritor Moacir Werneck de Castro, mais