Pierre Boourdieu
Um dos conceitos mais comentados e menos conhecidos na obra de Pierre Bourdieu é o de violência simbólica. Criado com o objetivo de elucidar as relações de dominação que não pressupõe a coerção física ocorrida entre as pessoas e entre os grupos presentes no mundo social, o eminente sociólogo francês cunha esta noção, a qual corresponde a um tipo de violência que é exercida em parte com o consentimento de quem a sofre.
A raiz da violência simbólica estaria deste modo presente nos símbolos e signos culturais, especialmente no reconhecimento tácito da autoridade exercida por certas pessoas e grupos de pessoas. Deste modo, a violência simbólica nem é percebida como violência, mas sim como uma espécie de interdição desenvolvida com base em um respeito que "naturalmente" se exerce de um para outro. Como exemplo disto tem a atitude professoral, a qual pressupõe o uso legitimado de estratégias punitivas em relação aos alunos (como reprovações e castigos) que não se enquadram nos moldes sociais da instituição escolar.
No que tange à concordância entre o dominado e o dominador, este aspecto da argumentação de Bourdieu é muito pouco entendido, pois algumas pessoas entendem como se houvesse um acordo formalmente estabelecido no qual a dominação é reconhecida como legítima, quando na verdade esta se dá pela ação das forças sociais e pela estrutura das normas internas do campo do mundo social em que os indivíduos se inserem, e que de certa maneira se incorporam (até mesmo corporalmente) em seus habitus. Cabe destacar que suas análises foram desenvolvidas de forma tão séria e competente que muito do que foi produzido por ele nos anos de 1970 ainda hoje é considerado válido para muitos sociólogos.
Uma das principais questões que Pierre Bourdieu levanta em suas análises a respeito da escola diz respeito ao papel de democratização que era atribuído às escolas (por exemplo, pelos teóricos da