Piaçava
A palmeira Attalea funifera Martius, conhecida por piaçava ou piaçaba, é espécie nativa e endêmica do sul do Estado da Bahia. O nome vulgar piaçava é de origem tupi, traduzido como “planta fibrosa” com a qual se faz utensílios caseiros. Essa palmeira foi citada na carta de Pero Vaz de Caminha quando do descobrimento do Brasil sem que tenha sido, entretanto, tratado do seu uso. Durante o período colonial as fibras eram procuradas por navegadores de várias nacionalidades para fabricação de cordas utilizadas como amarra de navios, por oferecerem mais segurança às embarcações.
Produtora de fibra longa, resistente, rígida, lisa, de textura impermeável e de alta flexibilidade, essa palmeira se desenvolve bem em solos de baixa fertilidade e com características físicas inadequadas para a exploração econômica de muitos cultivos. A necessidade de poucos recursos financeiros para o plantio, a manutenção e exploração, tornam a piaçaveira uma opção agrícola atraente, pelos reduzidos riscos e altos rendimentos que proporciona ao investidor.
Na região sul do Estado, entre os principais municípios produtores, destacam-se Cairú, Itubera, Canavieiras, Nilo Peçanha, Ilhéus, Una, Belmonte, Camamú, Sta Cruz de Cabralia, Maraú, Valença e Itacaré. No recôncavo, com menor produção, apresentam-se as seguintes: Santo Amaro, Cachoeira, Maragogipe, Jaguaripe e Nazaré.
Na faixa litorânea, a piaçaveira é encontrada em solos arenosos, associados à vegetação secundária sob mata, ou em áreas expostas á luz. Na medida em que distância-a-se do litoral pode se observa-la em solos arenos-argilosos. Em geral, as plantas estão distribuídas de forma desordenada, em diferentes estádios de desenvolvimento vegetativo, competindo com outras espécies. Esta situação é evitada quando se estabelecem plantios com espaçamento e manejo