Introdução Pertencente à família Monimiaceae, Peumus boldus, conhecida popularmente como boldo ou boldo-do-Chile, é uma espécie arbórea de pequeno porte, com folhas opostas, inteiras, verde-acinzentadas quando secas, com a face superior áspera ao tato e com os bordos levemente enrolados para a face inferior. As folhas apresentam numerosas glândulas, visíveis a olho nu, responsáveis pelo odor aromático característico. O boldo-do-Chile é nativo das regiões central e sul do Chile, onde ocorre abundantemente, sendo o Brasil um país importador das folhas secas, para uso medicinal, constando na Farmacopéia Brasileira (1996). As propriedades fitoterápicas de suas folhas eram conhecidas das comunidades indígenas sul-americanas que habitavam os Andes chilenos, tornando-as conhecidas mundialmente a partir da colonização européia da América. Os incas utilizavam as propriedades do boldo contra sangramentos e como amargo estimulante do estômago. Estudos em animais evidenciaram ação abortiva e teratogênica para o extrato hidroalcoólico de folhas secas e também para o alcalóide boldina, considerado um dos principais componentes. As propriedades medicinais do boldo foram descobertas incidentalmente através dos carneiros. Encaminhados por acaso aos contrafortes da Cordilheira dos Andes, no Chile, alguns rebanhos de carneiros, não encontrando outro tipo de alimentação, passaram a comer as folhas de boldo, que cresce aí em abundância. Depois de alguns meses, os pastores notaram que os animais estavam curados das doenças do fígado e da prisão de ventre que lhes são característicos. Daí então o boldo ficou conhecido como planta curativa. As seguintes atividades farmacológicas lhe são atribuídas: estimulante de secreções gástricas, facilitando a digestão; antidispéptico colerético e colagogo antiespasmódico; associado às drogas como a alcachofra, é utilizado em ardores esofágicos e epigástricos, e associações com cáscara-sagrada são usadas na constipação; tratamento de cálculos