Pessoa Ortónimo
NOTAS PARA ANÁLISE ORIENTADA DE
POEMAS DO ORTÓNIMO
A fragmentação do “eu”/o tédio existencial
• Tendência para a intelectualização
Permanente processo de auto-análise
• Dúvida e indefinição face à sua identidade, a angústia do auto-desconhecimento (“Por isso, alheio, vou lendo / Como páginas meu ser”)
- Incapacidade de viver a vida
- Tédio e angústias existenciais
- Desalento e cepticismo profundos
A fragmentação do “eu”/o tédio existencial
• Correspondências biográficas:
- a morte do seu amigo Sá-Carneiro (Abril 1916)
- procura insistente da felicidade
- dificuldades em ser entendido (?)
- dificuldade em sair do turbilhão em que se enredou
- dificuldades de relacionamento – sente-se um ser marginal
- insatisfação face ao presente – incapacidade de o viver em plenitude (fragmentação do ser)
- ânsia por vivências, ilusões, sonhos – que possibilitem coisas impossíveis - desejo de viajar, de ser o que não é
- insatisfação permanente
- mesmo o próximo é sentido como longínquo
A fragmentação do “eu”/o tédio existencial
• A tendência para a intelectualização conduz F.
Pessoa à permanente auto-análise;
• A dúvida e a indefinição (identidade), a angústia do auto-conhecimento (“vou lendo… meu ser”) levam Pessoa a ser incapaz de viver a vida.
- Consequência:
- tédio e angústia existenciais,
- desalento,
- cepticismo.
A fragmentação do “eu”
• Sou um evadido
- o sujeito caracteriza a sua realidade pessoal
- concebe uma reflexão filosófica. Temas:
o cansaço de ser uno;
convicção que “Ser um é cadeia”;
tenciona viver fugindo de si mesmo.
- Caracteriza a sua realidade fragmentada (palavras do campo semântico de prisão e fuga)
- Vê-se como um evadido disposto a fugir sempre do seu próprio ser (vv. 2-4)
- As ironias (vv. 4, 11, 12) mostram assunção da fuga aos limites
- É um fugitivo que quer escapar à prisão – SER UNO (est. 4)
- O processo de fuga tem um carácter permanente:
“fugi”; “sou”;