pesquisa
Revista Eletrônica de Culturas e Educação
N. 6 • V 1 • p. 47-60 • Ano III (2012) • Set.-Dez. • ISSN 2179.8443
Caderno Temático IV
Educação do Campo e Desenvolvimento Territorial
O SEMIÁRIDO BRASILEIRO: lugar de vida do/a camponês/a
José da Rocha Couqueiro1
Resumo
O semiárido brasileiro é uma região de muita riqueza, especialmente na cultura, na alegria e na força do seu povo. A maior riqueza do semiárido são os seus povos que, durante séculos, criaram as condições de vida nesta região inóspita, considerada por aqueles que não a conhecem verdadeiramente. Esses povos encontraram na caatinga formas de resistência e de convivência, constituíram uma cultura riquíssima e heterogênea. Por isto, defende-se que o semiárido não pode ser pensado apenas como espaço de produção econômica. O objetivo do texto é discutir o semiárido brasileiro como lugar de vida do/a camponês/a. Para isto, destaca-se o papel dos movimentos sociais como construtores de possibilidades de convivência com o semiárido. O texto toma por base os estudos de Albuquerque Jr. (2009); Maia (2004); Leite e Medeiros (2012); Favero e Santos
(2002), dentre outros. Por fim, conclui-se que o grande problema do semiárido não é a falta de chuvas, mas a concentração da terra, da água, da riqueza, do conhecimento. Para desenvolver plenamente a região é preciso a adoção de políticas de captação e armazenamento de água de chuva para todos os usos, de estocagem de alimentos para as pessoas e para os animais; realizar uma
Reforma Agrária que leve em conta as dimensões físicas, socioculturais, ambientais e econômicas; implementar políticas educacionais contextualizadas e emancipatórias dos sujeitos que vivem no semiárido; criar condições para que as potencialidades da região possam se viabilizar.
Palavras chaves: Caatinga. Sertão. Modernização da agricultura. Convivência com o semiárido.
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Licenciado em História pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB), e Pós-graduado em