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Essas teias, onde se misturam pontos abertos e fechados, novos e antigos, e linhas de todas as cores, é a cultura. É a partir desse véu da cultura, dessas lentes, que vemos então as coisas, os outros, e a nós mesmos. Cada cultura, entretanto, teria seu par de lentes próprio, ou, no máximo, certo número de lentes utilizáveis, certo leque de possibilidades de formas de ver o mundo. As lentes de uma sociedade nunca são as mesmas de outra. (BENEDICT, 1997)
Ainda que tenham semelhanças, são encontradas certas nuanças e particularidades. O que pode ser considerado ponto comum entre todos os homens é a armação, a existência dos óculos em si. As lentes, sempre diferentes, vão variar em espessura, cor e formato.
Uma vez vendo os outros por detrás dessas lentes, e a partir de uma visão de mundo, há uma tendência em considerar nossa forma de ver e fazer as coisas como a mais correta, ou mesmo a única correta. Tal postura etnocêntrica consiste em tomar o que é nosso como o verdadeiro, e o que é do outro (e o que é o outro) como digno de reprovação, dando assim aos nossos valores um suposto caráter de universalidade.
Uma vez estando ao nosso lado todas as verdades e a certezas, estaríamos autorizados a interferir, em nome de nossa bondade e piedade, no que é do outro. (TODOROV,