pesquisa
O método científico não é cumulativo; é fundamentalmente revolucionário. O progresso científico consiste essencialmente na substituição de antigas teorias por teorias mais recentes. Estas novas teorias deverão ser capazes de resolver todos os problemas que as antigas teorias resolveram e de os resolver pelo menos tão bem como aquelas. Assim a teoria de Einstein resolve o problema do movimento planetário e da macromecânica em geral, pelo menos tão bem como, e talvez melhor do que, a teoria de Newton. Mas a teoria revolucionária parte de novos pressupostos, e nas suas conclusões vai além de, e contradiz directamente, a antiga teoria. Esta contradição permite-lhe elaborar experiências que possam distinguir a velha teoria da nova, mas apenas no sentido em que podem falibilizar pelo menos uma das duas teorias. Na verdade, as experiências podem provar a superioridade da teoria sobrevivente, mas não a sua verdade; e a teoria sobrevivente pode, por seu turno, ser rapidamente ultrapassada.
A relação ética e ciência é um dos debates que nos foram equacionados no século XXI. A partir do lançamento da bomba nuclear nas cidades de Hiroshima e Nagasaki no Japão no fim da II Guerra Mundial em 1945, e mais neste século com a degradação do meio ambiente, a ambigüidade do progresso científico e tecnológico passou do plano teórico para o existencial. Começamos a perceber na vida cotidiana a deterioração do ambiente físico e social ao lado do mundo maravilhoso da tecnologia. Isto cria um paradoxo entre a ciência e a ética.
As conquistas tecnológicas nos campos da comunicação, transporte, alimentação, moradia, saúde e lazer convivem ao lado do desequilíbrio ecológico, da miséria, da fome, o desemprego, os sem-terra, sem-teto, enfim ao lado de toda a violência que destrói dignidade humana.
O progresso científico
Caetano Ernesto Plastino*
O progresso é uma das características notáveis do empreendimento científico. Sem dúvida, o trabalho intenso e criador