Pesquisa
AUTOR: Banduki, N. Origem da Habitação Social do Brasil, 1998.
A escassez de residência a partir dos anos 40 acontece em decorrência da estruturação econômica brasileira (êxodo rural, crescente industrialização) e foi agravada pelas consequências da guerra, como por exemplo, a falta de materiais para construção, que leva ao nascimento das favelas na cidade de São Paulo.
O crescimento da população na cidade de São Paulo (mais de um milhão segundo o IBGE) em decorrência do êxodo rural e a procura por trabalho no comercio e na indústria, não foi acompanhada pelo investimento na habitação, talvez pela restrição governamental encontrada por parte dos construtores e a crescente exploração dos imóveis de aluguel.
O contexto da crise era de uma cidade com investimento em moradia para a classe media e alta, construção de grandes vias e arranha céus, crise no transporte e ausência de moradia para a população dos trabalhadores. As grandes cidades eram cenário da modernização, com as modificações ou cirurgias urbanas efetuadas pelos administradores do Estado Novo (ampliação de áreas centrais, renovação urbana, motorização da circulação) e de novas formas de habitação ,as moradias construídas em situações precárias.
A crise da moradia dos anos 40 perpassa por um dilema: Investir no setor imobiliário ou investir na industrialização. A Lei do inquilinato foi um dos fatores que desestimulou a produção habitacional privada. Os trabalhadores precisavam de moradia para desenvolver suas atividades, e na sua ausência começaram a construir suas próprias casas em regiões periféricas.
Como consequência dessas mudanças associadas à conjuntura da guerra, tem-se um crescimento no crédito e a especulação imobiliária: preferencia por investir em imóveis do que no banco, grandes possibilidades de financiamento, construções nos centros das cidades. A procura pelos imóveis aumentava diante das facilidades