Pesquisa sobre Ação Repressiva
O primeiro ano do governo Médici caracterizou-se por uma intensa radicalização dos movimentos de esquerda que haviam optado pela luta armada contra o regime instituído em 1964. Após o primeiro seqüestro de um diplomata estrangeiro - o embaixador norte-americano Charles Burke Elbrick -, a polícia e as forças armadas redobraram suas atividades, concentrando os esforços no combate às organizações armadas.
A partir de 1969, o comando das operações repressivas foi assumido em São Paulo pela Operação Bandeirantes (Oban), oficialmente lançada em 19 de julho por iniciativa do general José Canavarro Pereira, comandante do II Exército, com a função exclusiva de prender "terroristas e subversivos".
Nos primeiros meses do governo Médici, a Oban foi institucionalizada através de uma circular secreta intitulada "Instruções sobre segurança interna", passando a se chamar Centro de Operações para a Defesa Interna (CODI). Outros CODIs foram também criados no I, III, e IV exércitos. Tal como a Oban, os CODIs tinham a função de "coordenar as atividades dos diversos órgãos encarregados da repressão à subversão e ao terrorismo". Comandado por um oficial superior até o posto de coronel e oficialmente subordinado ao comando militar da área em que atuava, através da 2ª Seção do Estado-Maior, o CODI podia coordenar as atividades de um (ou de vários) Departamento de Operações Internas (DOI), seu braço executivo. Apesar de as duas siglas terem se notabilizado conjugadas como DOI-CODI, o CODI exercia o trabalho burocrático-administrativo do organismo, a análise das informações e o planejamento estratégico do combate à subverção, enquanto o DOI se ocupava da parte operacional. Segundo a revista IstoÉ, o CODI coordenava inclusive a atuação dos três centros de informação das forças armadas - Centro de Informações da Marinha (Cenimar), Centro de Informações do Exército (Ciex) e o CISA -, mantendo vínculos com todos os demais organismos policiais e militares. De acordo com