Pesquisa Participante
A Pesquisa Participante procura obter uma relação ampla entre aquele que pesquisa e aquele que é pesquisado, possui o intuito de promover a superação das dificuldades de um determinado grupo social e incentivar o desenvolvimento autônomo a partir das bases e uma relativa independência do exterior. No entanto, os saberes dos indivíduos construídos no cotidiano da vida comunitária, juntamente com o do pesquisador, é parte importante no processo de construção do conhecimento, permitindo que identifiquem os problemas, discutam as possíveis soluções e possam agir, seguido de uma avaliação dos resultados obtidos. Fals Borda (in Brandão, 1988), estabeleceu alguns princípios metodológicos da Pesquisa Participante: Autenticidade no sentido de produzir um saber que parte do saber do seu sujeito-objeto, constituído na prática comunitária e compromisso com o saber a ser construído contribuindo com os princípios específicos da ciência sem a necessidade do disfarce como sujeito de origem da área delimitada para o estudo. Outro princípio é o Antidogmatismo que busca romper com algumas ideias preestabelecidas ou princípios ideológicos, pois para Fals o dogmatismo é inimigo do método cientifico permitindo uma falsa consciência e de deturpação da realidade e impede a captação pela essência. Por possuir uma característica crítica-dialética, a Pesquisa Participante é utilizada por vários campos sociais, tanto como método de estudo da sociedade, como fontes capazes de identificar e permitir melhorias nesse meio. Sendo um desses campos o próprio Direito, que utiliza dessas pesquisas para basear suas alterações nos principais aspectos de necessidade da população, adequando as normas à diferentes classes e grupos sociais, evitando que uma seja privilegiada em relação à outra, ou ainda que alguma não tenha suas necessidades atendidas.
DEMO, Pedro. Pesquisa e Construção do Conhecimento: metodologia científica no caminho de Habermas. Rio de Janeiro.