Pesquisa no Brasil
CADERNO
Campinas, fevereiro de 2002 – ANO I – Nº 12
Suplemento do Jornal da Unicamp
Os desafios da pesquisa no Brasil
Foto: Reprodução
Uma contribuição de docentes da Unicamp para o debate
Artigo reproduzido da revista São Paulo em Perspectiva (vol.
16), da SEADE
(Fundação Sistema
Estadual de Análise de Dados)
FÓRUM DE REFLEXÃO UNIVERSITÁRIA*
C
onta-se que o famoso matemático inglês Michael Atiyah resolveu explicar para a sua mãe a natureza de suas atividades. Depois de ter ouvido atentamente as explicações do filho, a boa senhora teria dito: “Acho que agora entendi o que você faz; mas diga-me uma coisa, por que pagam você para isso?”.
A pergunta que, segundo a anedota, a senhora Atiyah teria feito a seu filho também é feita com freqüência por políticos, por administradores e pela sociedade em geral. A pertinência de se investirem recursos públicos na pesquisa científica e tecnológica em qualquer país, mas particularmente em países em desenvolvimento como o nosso, com notáveis carências sociais, deve ser constantemente redemonstrada com argumentos novos e eloqüentes. Nestes tempos em que a simples aritmética de publicações e citações começa a perder o fôlego, é necessário recuperar os argumentos humanistas – que sustentam a nobreza da busca constante pelo conhecimento – e os pragmáticos – que mostram que a pesquisa é a base da inovação, essencial ao desenvolvimento econômico e à geração de riqueza.
Desde a conquista de sua autonomia financeira, a UNICAMP vem conseguindo, através de mecanismos como o Projeto Qualidade e a avaliação sistemática da produção acadêmica por relatórios trienais de seus docentes, um crescimento contínuo de todos os seus índices de desempenho acadêmico. Os resultados do
‘provão’ na graduação, as últimas avaliações feitas pela CAPES dos cursos de pósgraduação e a avaliação dos grupos de pesquisa feita pelo CNPq colocam a UNICAMP em posição de grande destaque no panorama