Pesquisa em Cancer no Brasil
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Pesquisa em câncer no Brasil
A
produção do conhecimento científico no Brasil tem crescido progressivamente, num ritmo de 8% ao ano nos últimos 10 anos, o que a coloca em 17º lugar no ranking mundial, situando-nos entre os países em desenvolvimento – com investimento médio em pesquisa em torno de 20%.
No setor saúde, as agências de fomento à pesquisa destinam entre 25% e 30% de seu orçamento à saúde. A maior parte dos pesquisadores deste campo está concentrada na área acadêmica, especificamente em universidades.
Apesar dos avanços, alguns aspectos merecem observação:
Os investimentos para a pesquisa em saúde não são direcionados às doenças mais prevalentes; apenas 10% dos investimentos são voltados a doenças que afetam 90% da população.
A pesquisa em saúde carece de tecnologia e inovação, o que pode ser expresso pelo baixo número de patentes comparado a nossa publicação científica. Nem sempre o conhecimento gerado em outros países, com diferenças étnicas e genéticas, se amolda ao perfil da população brasileira, havendo, portanto, necessidade de incentivo à avaliação de incorporação tecnológica com vistas s sua incorporação ao SUS.
A participação do Ministério da Saúde na política de pesquisa foi se tornando mais efetiva a partir de 2003. Entre 2000 e 2002, o investimento em pesquisa pelo Ministério da Saúde teve média anual de 68,4 milhões de reais, o equivalente a 5,7% do investimento total em pesquisa no país, incluindo salário dos pesquisadores. Em 2006, somente em editais de pesquisa em saúde, organizados pela
Secretaria de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, foram investidos 132,5 milhões de reais.
Nos últimos anos os órgãos governamentais têm se conscientizado de que o investimento em pesquisa é estratégico no enfrentamento dos desafios da saúde pública, traduzindo o compromisso político e ético do SUS com a produção e a apropriação de conhecimentos e tecnologias que contribuam para a redução