PESQUISA NA GRADUAÇÃO
CONHECIMENTO*
Claudia Castellanos Pfeiffer1
Laboratório de Estudos Urbanos – LABEURB
UNICAMP
NÃO HÁ SAÍDAS
SÓ RUAS
VIADUTOS
E AVENIDAS
Alice Ruiz
Gostaria de começar essa nossa conversa afirmando, talvez, uma obviedade, mas que é essencial para toda reflexão acadêmica. O conhecimento tem história. Quando entramos nas redes que constituem o “fazer científico”, entramos nessa história mesmo que a desconheçamos. E é preciso conhecê-la para situarmo-nos e, mais importante, para que compreendamos que o conhecimento tem conseqüência, tem ética. E é porque estamos concernidos por essa história da produção de um saber – em nosso caso específico um saber sobre a linguagem – que devemos buscar compreender sempre o que se diz quando se diz sobre a língua, sobre a literatura, sobre os sujeitos que falam essa língua e lêem essa literatura. Por exemplo, em relação à linguagem, acompanhamos uma longa discussão que vem desde os antigos (Cf. Pêcheux e Gadet, 1975) que busca saber se as palavras imitam as coisas ou se as palavras são fruto de uma mera convenção; se a língua reflete o modo como o mundo está organizado, ou se a língua reflete o modo como a cultura está organizada. As respostas a essas indagações têm conseqüência diversa. Fundamentalmente, poderíamos dizer que a lingüística estrutura-se por duas tendências: uma formalista e outra sociologista (cf. op.cit.). A primeira pensa a língua como um percurso psíquico, relacionando língua e pensamento, objetivando universais, pressupondo uma ordem interna própria da língua. A outra pensa a língua como um percurso social, relacionando língua e sociedade, objetivando o diverso, o múltiplo, o variado, pressupondo uma ordem que reflete a relação da língua com a sua exterioridade.
No caso da literatura, o texto literário pode ser tomado de diversos modos também.
Pode ser trabalhado na sua relação com a sociedade; pode ser tomado de um ponto de