PESQUISA Desenvolvimento 0-2 anos
O restante do livro é organizado em torno de tópicos ou habilidades específicas da criança. Minha preferência por esta organização origina-se da convicção de que toda a mudança desenvolvimental em qualquer domínio só pode ser compreendida após uma visão dos padrões entre idades. Por exemplo, para compreender como a linguagem se desenvolve e muda, deve haver uma discussão paralela, envolvendo a linguagem desde o nascimento até mais tarde. Não obstante, parece necessário um capítulo em separa do sobre a primeira infância, para lhe dar uma breve visão da gama total de habilidades e comportamentos que a criança possui desde o nascimento. Todos os domínios do desenvolvimento — percepção, linguagem, cogniçâo, relacionamento interpessoal, etc — devem se desenvolver a partir da origem comum de habilidades e respostas iniciais da criança, e assim, é importante ter-se alguma sensibilidade geral no que se refere a amplitude e limitações destas habilidades e respostas.
Há, ainda, outra razão para se estudar a infância separadamente. Historicamente, a infância não tem sido um período suficientemente estudado. Até pouco tempo, os psi cólogos quase que universalmente assumiam que os bebês eram o que há de mais de sinteressante ou, na melhor das hipóteses, desagradável. Todos nós sabemos que a criança de 2 anos de idade pode andar e falar e estes processos parecem muito mais intrigantes para se estudar. O recém-nascido era visto mais como um paciente do que como um agente e que paciente confusol William James, na sentença provavel mente mais citada em toda a Psicologia do Desenvolvimento, sugeriu:
O bebê, atacado pelos olhos, ouvidos, nariz, pele e até mesmo entranhas, sente que tudo é uma grande, exuberante e barulhenta confusão (James, 1890, p. 488).
Mas, nos últimos 10 ou 20 anos, tem emergido um enorme interesse pelos bebês, de forma que agora nós estamos começando a compreender quão capaz a criança re cém-nascida é, na