PERSPECTIVA HISTÓRICA DA DEFICIÊNCIA
Ainda hoje não é raro que nos deparemos com a desinformação e nos surpreendamos com situações de preconceito e discriminação que assolam as pessoas com deficiências. Para tentar compreender o desprezo e o assistencialismo que rodeiam e marginalizam esses indivíduos, é necessário analisar a origem de todo o processo, cujos desdobramentos continuam até o tempo presente.
O tratamento destinado às pessoas com deficiência varia conforme as diferentes culturas e transforma-se de uma época para outra. Todavia, segundo Silva (1987), pode-se observar, basicamente, dois tipos de atitudes em relação às pessoas com deficiências ao longo do tempo: uma postura de aceitação, tolerância, apoio e assimilação, contrapondo-se a uma atitude de eliminação, menosprezo ou destruição.
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Nas culturas antigas , quando predominava o estilo de vida nômade, as pessoas com deficiência, consideradas incapazes de assegurar a própria sobrevivência por meio da caça e da pesca, poderiam colocar em risco a segurança de toda a tribo, face aos perigos da época. Essas pessoas eram geralmente abandonadas à própria sorte, condenadas à morte por inanição ou submetidas ao ataque de animais ferozes .
Em Esparta, os ideais atléticos e clássicos que serviam de base à organização sociocultural da época legitimavam a eliminação e o abandono de crianças com deficiências físicas ou mentais, consideradas “criaturas subumanas” (PESSOTTI, 1984).
No início do filme 300, você pode assistir à cena de um bebê sendo sacrificado (ao ser lançado em um abismo). Esse é um retrato fiel do destino de qualquer criança que nascesse prematura com baixo peso, ou que apresentasse alguma imperfeição física. Segundo a cultura espartana, a eliminação de corpos supostamente frágeis seria uma forma de aprimorar seu povo e constituir homens fortes, saudáveis e aptos à guerra.
Por influência do