Personalidades
Flávia Gonçalves da Silva
Na psicologia, termos como subjetividade, individualidade, personalidade e identidade são comumente usados seja para se referir ao objeto de estudo dessa ciência, seja para designar processos e/ou resultados que compõem ou auxiliam na compreensão do objeto da ciência psicológica.
Na psicologia histórico-cultural (para alguns a psicologia sócio-histórica), que tem em seus fundamentos teórico-metodológicos as produções de Vigotski,
Leontiev, Luria e outros autores soviéticos, o objeto de estudo é a consciência, mas, para compreendê-la, é necessário considerar os processos que a constituem e fazem com que seja constituída. Entre estes estão a subjetividade, a individualidade, a personalidade e a identidade.
Nas produções de autores brasileiros, que buscam na psicologia históricocultural seus fundamentos, muitas vezes esses termos são utilizados como sinônimos ou são descartados um em detrimento de outro sob a justificativa que um termo retrata melhor a historicidade e a dinamicidade do psiquismo que outro.
Mas, afinal, o que vem a ser subjetividade, individualidade, personalidade e identidade? São palavras diferentes que designam a mesma coisa? Ou são palavras diferentes para processos diferentes?
Para responder parcialmente a essas questões, buscaram-se fundamentos teóricos em Vigotski e Leontiev, que são os autores soviéticos mais conhecidos e estudados no Brasil (assim como Luria) e que usualmente referendam as produções brasileiras da vertente histórico-cultural.
* Texto extraído parcialmente da tese de doutoramento, defendida no Programa de Estudos PósGraduados da PUC-SP com financiamento do CNPq e CAPES.
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Psic. da Ed., São Paulo, 28, 1º sem. de 2009, pp. 169-195
Muitos psicólogos utilizam atualmente o termo subjetividade, mesmo aqueles que buscam os pressupostos teórico-metodológicos na