personalidade
NA NATUREZA SELVAGEM
Diretor: Sean Penn, Comentários da Dra. Cecilia Barretto Dias no Teatro Auxiliadora, dia 26/09/2008
Este filme é baseado no livro “Na Natureza Selvagem” de Jon Krakauer, escritor e jornalista, que relata a vida de Chris McCandless, jovem de família abastada da costa leste dos Estados Unidos, que em agosto de 1992 foi encontrado morto em uma região selvagem do Alasca.
Sean Penn (diretor) nos convida a refletir sobre a difícil e longa jornada que temos nessa busca de saber quem somos ou, como Chris escreve em seu diário, “MATAR O FALSO SER INTERIOR”.
O filme inicia-se com a cena da mãe acordando no meio da noite, angustiada e chorando. Ela afirma que o sonho fora real, que claramente havia ouvido seu filho pedir ajuda. O pai a abraça tentando protegê-la desta vivência de um pressentimento que provocava extremo sofrimento.
Todo ser humano tem que percorrer uma longa jornada da dependência absoluta característica dos primórdios da vida até o reconhecimento da interdependência que temos dos outros.
A ligação mãe-filho, principalmente nos primeiros anos, tem peculiaridades que em outras etapas poderíamos denominar de relação patológica pela intensidade desta dupla dependência, como se ambos fossem um só.
Esse estado de mente aos poucos irá se alterando e a discriminação entre quem é a mãe quem é o bebê vai sendo introduzida conforme a mãe vai frustrando o seu bebê ao mostrar que tem vida própria, rompendo aos poucos com essa relação “fusional”. Para que isso ocorra é necessário um ambiente relativamente estável e protegido para que ela possa dedicar-se ao seu bebê e estabelecer um estado amoroso que podemos denominar de devotado para que possa haver a espera dos momentos adequados para ocorrer essa separação. Quando Chris nasceu a relação entre seus pais estava longe de ser tranqüila e estável. Seu pai mantinha ainda contato com a primeira esposa com quem tivera cinco filhos. Dois anos depois do nascimento