Perseu Abramo
No ensaio “Significado Político da Manipulação na Grande Imprensa”, Perseu Abramo estabelece o que chama de “padrões de manipulação da imprensa”, partindo do pressuposto de que o material informativo disponibilizado pelos veículos de comunicação não são relacionados diretamente com o real. Para Abramo essas empresas oferecem para o publico uma reconfiguração da realidade, a qual é reeditada e transformada em outra matéria, no qual apenas alguns fragmentos do referente são mantidos, portando-se assim como um espelho quebrado, podendo refletir o objeto, mesmo não sendo o objeto e nem mesmo a sua imagem. Sendo assim o público é colocado diante de informações artificiais, podendo tocar a sua natureza apenas quando é participante direto da realidade em questão e não um leitor/espectador desta. Desta forma a manipulação da informação se transforma na própria manipulação da realidade. Para explicitar o conceito o autor estabelece como sendo quadro os padrões de manipulação observáveis na produção jornalística.
Padrão de ocultação – Esse padrão se refere a ausência ou ocultação de fatos reais na produção jornalística. As agências de noticias partem do princípios de que há assuntos jornalísticos e não jornalísticos para fundamentarem suas pautas, porém a realidade não se divide dessa maneira e a imprensa acaba por privar seus “consumidores” de fatos os quais deveriam chegar ao conhecimento da população. Essa seleção passa a ser delimitada pelas características dos órgãos de imprensa e aos seus interesses e ideias e não na necessidade de se esclarecer e tornar de conhecimento público os fatos.
Padrão de fragmentação – As agências de comunicação tendência a estilhaçar o todo do real e reconecta-los de forma arbitrária, não transferindo assim a sua completude ou veracidade, mas sim remontando o acontecimento conforme a visão de mundo da agência em questão.
Padrão de inversão