Periodo joanino
O período joanino caracterizou-se pelo esforço da Coroa Portuguesa no sentido de estabelecer um equilíbrio entre os interesses dos grandes proprietários de terras brasileiros e os dos comerciantes. Alguns estancos foram mantidos para satisfazerem estes últimos. Estabeleceram-se impostos pesados e progressivos, necessários à manutenção do luxo da Corte. Para evitar incompatibilidades, foram concedidos à aristocracia rural alguns privilégios fiscais. O absolutismo permaneceu em vigor, mas sempre fazendo concessões aos senhores de terra que eram atraídos para a Corte através da outorga de títulos.
A estrutura colonial aniquilara a vida cultural do Brasil. Inexistiam as preocupações com a educação e saúde pública; as academias filosóficas, literárias e científicas estavam desamparadas; as bibliotecas não haviam sido formadas pois eram consideradas perniciosas; a publicação de jornais era proibida. O Príncipe-Regente, influenciado por seus ministros, deu início a várias reformas nesse setor: Ainda na Bahia, nomeou um físico-mor, um cirurgião-mor e autorizou a fundação de uma Escola Médico-Cirúrgica naquela cidade. Mais tarde, no Rio de Janeiro, fundou, em 5 de novembro de 1808, a Escola Anatômica, Cirúrgica e Médica, em combinação com o Real Hospital Militar; nomeou um provedor-mor da Saúde do Estado do Brasil, criou a Aula de Cirurgia, ligada ao Hospital de Misericórdia, e a cadeira de Higiene, Patologia e Terapêutica, na Escola Cirúrgica do Rio de Janeiro, e autorizou um curso completo de Cirurgia na cidade de Salvador. Ainda na área de educação superior, aprovou um curso de seis anos de Matemática, Ciências Físicas, Ciências Naturais e Engenharia, na Real Academia Militar, instituiu um curso de Agronomia na Bahia e um laboratório químico no Rio. Em 7 de abril de 1808, estabeleceu o Arquivo Militar do Brasil para o preparo, coleção e verificação de mapas da costa e do interior Brasil e dos domínios ultramarinos; em