Perido pre-socratico
Renato Cancian*
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação Um derrame cerebral impediu o marechal Costa e Silva de completar seu mandato |
O governo Costa e Silva se caracterizou pelo avanço do processo de institucionalização da ditadura. O que era um regime militar difuso transformou-se numa ditadura feroz que eliminou o restava das liberdades públicas e democráticas.
Costa e Silva assumiu a presidência da República e imediatamente foi intensificando a repressão policial-militar contra todos os movimentos, grupos e focos de oposição política.
Ao longo de seu mandato presidencial, Costa e Silva acenou com a possibilidade de retorno a normalidade institucional, ou seja, a volta da democracia. Mas o presidente justificou a permanência dos militares no poder e a gradual radicalização do regime como uma resposta diante do avanço das oposições.
Os movimentos e grupos de oposição, por outro lado, responsabilizaram o próprio governo pela situação de instabilidade política vivenciada pelo país. Havia três principais focos de oposição que incomodaram o governo Costa e Silva.
A Frente Ampla
O primeiro foco de oposição era composto por políticos influentes. O presidente deposto, João Goulart, que se encontrava exilado no Uruguai, e o ex-presidente Juscelino Kubitschek articularam o movimento de oposição chamado de Frente Ampla. A Frente Ampla ganhou adeptos até mesmo entre os políticos que haviam apoiado o golpe militar de 1964, mas que entraram em discordância com o governo diante dos rumos da política nacional.
Entre esses políticos, estavam Magalhães Pinto, Adhemar de Barros e Carlos Lacerda. A Frente Ampla pressionou o governo reivindicando anistia, uma assembléia constituinte e eleições diretas para governador de estado e presidente da República. As lideranças políticas da Frente Ampla procuraram também obter o apoio popular articulando-se aos mais importantes sindicatos trabalhistas.
Os grupos e