Performance: dadaísmo
Resumo
Capítulo III, Dada
Munique, tornara-se famosa pelos seus bares e cafés, pontos de encontro de artistas boémios, poetas, escritores e actores daquela cidade. Através destes encontros surgiram discussões sobre inícios de manifestos e revistas, enquanto, em pequenos palcos, dançarinos e cantores, poetas e mágicos apresentavam quadros satíricos inspirados na vida quotidiana da capital no período anterior à guerra. Foram nestes espaços que surgiram grandes artístas, como Frank Wedekind, que actuava em cabarés, um artista muito controverso, com actuações de cariz sexual, obscenas e de grande polémica.
Wedekind era muito apreciado pela comunidade artística de Munique devido às suas performances irreverentes.
As encenações de Wedekind usavam e abusavam da licença concedida ao artista para ser um marginal, um louco à margem do coportamento normal da sociedade. Mas ele sabia que essa licença só era concedida porque o papel do artista não passava de algo profundamente insignificante, mais tolerado do que aceite. Assumindo a causa do artista contra a complacência do público, Wedekind depressa passou a contar com a companhia de vários artistas de Munique e de outros lugares, que começaram a usar a performance como sátira feroz contra a sociedade.
A fama de Wedekind espalhou-se para além de Munique.
Aos vinte e dois anos de idade, Kokoschka, à semelhança de Wedekind, era visto como uma espécie de afronta à moral pública e ao gosto da conservadora sociedade vienense. Os críticos chamaram-no de artista degenerado, inimigo dos burgueses e criminoso comum. Irritado com o primarismo destes ataques, Kokoschka fustigou os acomodados vienenses com Mörder, Hoffnung der Frauen, numa apresentação nos jardins da Kunstschau.
Por volta de 1912, ano de publicação de Der Bettler, de Sorge, geralmente considerada a primeira peça expressionista, a produção de Kokoschka era o principal assunto de Munique.