Mestre em Letras
“(...) era necessário achar algo que não fosse nada belo, agradável ou feio”(...)
“a arte é uma espécie de encontro... um encontro com ninguém cuja finalidade é a não contemplação”.
“É a beleza da indiferença, essa é a liberdade; entronizar uma ninharia e, uma vez em seu trono, negá-la e negar-se a si mesmo”. 4 Em 1913 o artista francês Marcel Duchamp inventou o termo ready-made (já pronto) para nomear os objetos que ele escolhia e designava como obra de arte.
Com os ready-made, Duchamp provocava o observador e questionava vários aspectos que definiam a Arte e o seu valor: a idéia de obra de arte única, a figura do artista como um gênio iluminado, o conceito de beleza como um pressuposto para a obra, a noção de obra como um objeto produzido manualmente com técnicas específicas. Duchamp diza que “queria se afastar do ato físico de pintar”. Declarou ainda, que “dependia da linguagem verbal para completar o sentido do seu trabalho”, usando a ironia para batizar suas obras, como no caso da sua Fonte. Como ele mesmo disse: “Para mim o título da obra era o mais importante [...] eu estava interessado em idéias e não em produtos meramente visuais. Eu queria colocar a arte mais uma vez a serviço da mente”. Dizia ainda que queria uma arte cerebral e não retiniana (aquela que requer apenas contemplação). Desta forma, vinculou sua arte com a questão intelectual e teórica. O radicalismo de Duchamp era racional, elaborado. Duchamp traz para o terreno da arte, o objeto, que segundo Roland Barthes, “é a assinatura do homem no mundo”. Duchamp entroniza o objeto no pedestal da arte, se apropria dele