Era da Medição de Atitudes (1920-1930) No seguimento da explicação do que se entende por psicologia social, numa perspectiva simples e com o objectivo de a diferenciar da sociologia e da psicologia, proponho-me, nos seguintes artigos, a delinear a sequência hegemónica de assuntos que caracterizaram a psicologia social ao longo do século XX, apoiando-me na análise de McGuire (1986). As décadas de 20 e 30 foram caracterizadas pela era da medição de atitudes. O conceito de atitude é o conceito mais central de psicologia social e foi, ao longo do tempo, aceitando definições sucessivas. Porém, há que distinguir a noção comum e o conceito científico de atitude. Como noção, a atitude significa um acto, uma postura do corpo ou o sentido de um propósito. Mas como conceito, a atitude representa um esquema mental que efectua a mediação entre o pensamento e o comportamento, não podendo ser observável. Por outro lado, não podemos confundir as atitudes com opiniões, traços de personalidade, crenças, valores ou ideologias. Os primeiros estudos sobre atitudes partiam do pressuposto que as atitudes previam os comportamentos. Um exemplo disso foi o estudo de La Pierre (1934)1 que tinha como objectivo estudar o preconceito dos norte-americanos, relativamente à minoria chinesa. Neste âmbito, percorreu vários hotéis e restaurantes em diversas cidades americanas com um casal de chineses e só em raros casos encontrou resistência por parte dos proprietários dos estabelecimentos. Seis meses depois, La Pierre enviou uma carta para todos os locais onde já tinha passado com o casal de chineses com o intuito de perguntar se aceitavam indivíduos de raça chinesa como hóspedes. Dos 81 restaurantes e 47 hotéis que responderam, 92% disseram que não e os restantes responderam que “dependia das circunstâncias”. Conclui-se, deste modo, que as pessoas não hesitavam em assumir os seus preconceitos em situação de anonimato, mas já não o faziam em situação de face-a-face. Estes resultados