Pensando a infância e seu jeito de brincar
Desafios e Descobertas
Pensando a infância e seu jeito de brincar
A cada dia em que se passa, para cada diferentes classes sociais foram sendo construídas diferentes concepções de infância. Porém, hoje, ao entender que a criança é como um sujeito imerso na cultura e com sua forma de agir e pensar, não se pode deixar de pensar no tempo e no espaço da brincadeira como a própria forma de a criança conhecer o mundo em que vive. Se o interesse e gostos pelos jogos e brincadeiras não são características infantis, não há dúvida de que o direito de brincar é elo que liga todos os outros direitos.
A noção de infância não é uma categoria natural, mas sim histórica e cultural. A diferenciação entre crianças e adultos vai depender do contexto e das condições sócio históricas e culturais em que vivem.
As teses europeias diante de nossa realidade, no entanto, permite debruçar sobre a história e entender que o sentimento da infância foi sendo construído dentro da mesma lógica escravista de senhores e escravos, repleta de distorções e fruto de desigualdade. Na sombra de adultos, de uma sociedade estratificada, foram sendo construídas as muitas histórias brasileiras. São as formas de organização da sociedade e as condições de existência e de inserção da criança em cada contexto social, econômico, político e cultural que vão delineando as diferentes concepções de infância e as diferentes formas de ser criança.
Diferentes enfoques coexistem de forma contraditória, não só no senso comum, como também nos estudos sobre a infância. Ao mesmo tempo em que a produção cultural para infância cada vez mais se especializa, separando as diferentes faixas etárias, e que a escola elege conteúdos e informações que considera próprios para cada idade e série, as crianças têm acesso irrestrito, pela mídia, meios eletrônicos e pelo convívio familiar e social, às mais diversas informações. Ao mesmo tempo em que esperam das crianças comportamentos