Pensando a educação
Isaac Roitman
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Apesar de avanços nos últimos 15 anos, entre eles a universalização do ensino fundamental, a criação do Fundo de Financiamento da Educação Básica e a expansão de vagas nas universidades públicas, a conquista da qualidade da educação brasileira é ainda um desafio urgente e prioritário que passa necessariamente pela formação inicial e continuada de um novo Professor. Ele não terá como missão principal a transferência de conhecimento. Será um estimulador do processo de aprendizagem. A valorização do docente e as condições adequadas de trabalho são também requisitos obrigatórios para enfrentar esse desafio.
É importante que em todos os níveis da educação, haja uma libertação dos manuais didáticos e que abandonemos as formas convencionais de “transmissão do conhecimento”. Essas modificações implicam a adoção e aceitação de novas tecnologias (computadores, softwares, Internet, ferramentas de educação a distância, etc), aliadas ao trabalho do professor e do aluno despertando as capacidades de construção e organização dos conhecimentos.
A educação escolar, em todos os níveis, sempre esteve presa a lugares e tempos determinados: salas de aula, calendário escolar, grade curricular e modelos pedagógicos centrados no Professor. Uma nova concepção pedagógica deve apontar para um conhecimento integrador, a sensação de autoestima, o estímulo permanente à criatividade, a crítica argumentada à iniciativa e, sobretudo, a construção de valores da cidadania: o convívio respeitoso com a diversidade, a solidariedade e o respeito à natureza.
Não menos importante é a introdução de uma gestão profissional no ambiente escolar e a integração da escola com a família. É absolutamente fundamental o estabelecimento de políticas públicas para a educação na primeira infância (de 0 a 6 anos). Um programa de primeira infância de qualidade, principalmente para a população carente, é uma condição necessária para avançarmos em direção a