Pensamento e linguagem
Fala egocêntrica
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Fala interior como formas de organizaçao do pensamento
Na concepção piagetiana, a fala egocêntrica não cumpre nenhuma função útil no comportamento da criança e simplesmente se atrofia, à medida que se desenvolve o pensamento socializado. Porém, para Vygotsky, a fala egocêntrica desempenha um papel muito importante na atividade da criança. Ela é um estágio transitório na evolução da fala social para a fala interior.
Assim como no reino animal, para o ser humano, pensamento e linguagem têm origens diferentes. Inicialmente, o pensamento não é verbal e a linguagem não é intelectual. Suas trajetórias de desenvolvimento, entretanto, não são paralelas. Elas cruzam-se em dado momento (cerca de 02 anos de idade). Neste período, as curvas de desenvolvimento do pensamento e da linguagem, encontram-se para a partir daí dar início à uma nova forma de comportamento. É a partir desse ponto que o pensamento começa a se tornar verbal e a linguagem passa a ser tornar-se racional. Inicialmente a criança aparenta usar a linguagem apenas para interação superficial em seu convívio, mas a partir de certo ponto, esta linguagem penetra o subconsciente para se constituir na estrutura de pensamento da criança.
Além disso, a partir do momento que a criança descobre que tudo tem um nome, cada novo objeto que surge representa um problema que a criança resolve atribuindo-lhe um nome. Quando lhe falta a palavra para nomear este novo objeto, a criança recorre ao adulto. Esses significados básicos de palavras assim adquiridos funcionarão como embriões para a formação de novos e mais complexos conceitos. De acordo com Vygotsky, todas as atividades cognitivas básicas do indivíduo ocorrem de acordo com sua história social e acabam se constituindo no produto do desenvolvimento históricosocial de sua comunidade. Portanto, as habilidades cognitivas e as formas de estruturar o pensamento do indivíduo não