O capitalismo contemporâneo, acentuou sua lógica destrutiva, e com suas tendências afetou o mundo do trabalho. O padrão de acumulação capitalista estruturado sobre o taylorismo e fordismo, vem sendo alterado, mesclado e em alguns casos até mesmo substituído pelas formas produtivas flexíveis e desregulamentadas, das quais a chamada acumulação flexível e o modelo japonês ou toyotismo são exemplos. Fundado na produção em massa, responsável por uma produção mais homogeneizada, mescla da produção em série fordista com o cronometro taylorista, além de fundar-se no trabalho parcelar e fragmentado, com uma linha demarcatória nítida entre elaboração e execução. Do mesmo modo, o Welfare State, que deu sustentação ao modelo social – democrático e conformava o aparato político, ideológico e contratualista da produção fordista em vários países centrais, vem também sendo solapado pela desregulamentação neoliberal, privatizante antissocial. Tendo na reestruturação produtiva do capital a sua base material, o projeto neoliberal assumiu formas singulares e fez com que diversos países capitalistas reorganizassem seu mundo produtivo, procurando combinar elementos do ideário neoliberal e dimensões da reestruturação produtiva do capital. Trata-se, portanto, de uma aguda destrutividade, que no fundo é a expressão mais profunda da crise estrutural que assola a (des)sociabilização contemporânea: destrói-se a força humana que trabalha: destroçam-se os direitos sociais: brutalizam-se enormes contingentes de homens e mulheres que vivem da venda de sua força de trabalho: torna-se predatória a relação produção/natureza, criando-se uma monumental ‘’sociedade do descartável’’, que joga fora tudo o que serviu como ‘’embalagem’’ para as mercadorias e o seu sistema, mantendo- se e agilizando- se, entretanto, o circuito reprodutivo do capital. O que dizer de uma forma de sociabilidade que desemprega ou precariza mais de 1 bilhão de pessoas, algo em torno de 1/3 da força humana mundial que trabalha?