PENSADORES
No contexto histórico em que René Descartes viveu, foram observadas profundas mudanças nos contextos político, social e científico da época. A ideia de modernidade estava diretamente relacionada ao sentimento de mudança, através da valorização do indivíduo e a oposição à autoridade da fé.
Durante a Idade Média, quase não houve questionamentos sobre as questões filosóficas feitas por leigos, já que a Igreja Católica tinha enorme influência sobre a sociedade e limitava a produção de conhecimento por aqueles que não pertenciam ao clero. Dessa maneira, a filosofia medieval era fortemente marcada pela religião.
Contudo, as novas percepções trazidas com o desenvolvimento científico dos séculos XV e XVI, como os novos modelos astronômicos trazidos por Nicolau Copérnico e Galileu Galilei, que contestavam a visão religiosa medieval de que a Terra era o centro do Sistema Solar, irão motivar uma nova forma de encarar o mundo.
Dessa maneira, o pensamento cartesiano está fortemente baseado nesse novo modelo de se fazer ciência, a partir da busca do progresso e conhecimento. Assim, René Descartes é considerado o primeiro filósofo moderno.
Isso se deve ao fundamento de seu pensamento, baseado na “dúvida radical”: o filósofo parte do questionamento “Será que nossos sentidos não nos enganam sempre? O que garante que nossa existência não passe de um sonho?” para assim, chegar a uma verdade sólida, incontestável. Contudo, deve-se levar em conta que Descartes não era um cético, mas sim, um racionalista que baseava sua filosofia a partir da razão.
Em sua obra Discurso do Método, Descartes afirma que o erro é resultado do mau uso da razão e por isso, seria necessário criar um método que evitasse esse erro, a partir de um procedimento que garantisse o sucesso do conhecimento, pautado por regras e princípios básicos.
Em Discurso do Método, Descartes faz as seguintes considerações sobre seu método, enumerando as quatro regras básicas:
“Assim, em lugar desse