pendulo
PRIMEIRAS TENTATIVAS
O “foliot”, muito embora tivesse permitido uma evolução apreciável da relojoaria, não pode, com o passar dos anos, corresponder às exigências de precisão, por modestas que fossem. Os relógios equipados com esse sistema de escape deixaram, realmente, muito a desejar, vez que apresentavam grandes erros de marcha, mesmo em períodos não muito longos de observação.
Compreende-se que, nos primórdios da relojoaria mecânica, diferenças que hoje nos parecem absurdas, como uma hora em 24 horas, fossem toleradas. Afinal o tempo não era tão meticulosamente medido e usado como em nossos dias.
Mesmo alguns séculos após o evento do relógio mecânico, malgrado todos os esforços despendidos, não foi possível chegar-se com o sistema “foliot” a um ponto que permitisse ao relógio uma marcha regular. Havia, por conseguinte, que procurar-se outro elemento para substituir o “foliot”, elemento esse que pudesse, de fato, prestar melhores serviços, por suas características de regularidade.
É sabido que já no século XV foram feitas diversas experiências a fim de substituir o “foliot” pelo pêndulo, como é empregado nos relógios fabricados em nossos dias. Essas tentativas foram, durante muito tempo, infrutíferas e um longo período haveria ainda que transcorrer antes que se tornasse realidade a aplicação do pendulo.
Como ilustração clássica de uma dessas tentativas é o trabalho de Leonardo Da Vinci (1452-1519) que, dentre seus desenhos, no deixou um “croquis” de um escapamento a palhetas provido de pêndulo.
Essa preocupação parece ter sido sentida por muitos relojoeiros e homens de ciência, dessas épocas, tanto assim que diversas são as citações históricas relacionadas ao assunto e das quais mencionamos algumas: o relógio construído, em 1578, para a Catedral de Osnabruck, pelo padre J. Bodecker, estava provido de um pêndulo cônico; atribui-se ao relojoeiro alemão Georgius Kloss, estabelecido em Angoulême, desde 1603, a execução, por volta de 1615, de um