Peixe-boi da amazonia
“distribuição espacial do Peixe-boi Amazônico parece ser regida principalmente pela disponibilidade de alimento e pela presença de ‘águas calmas’ (i.e. com pouca correnteza)
(Best, 1994), e não pela temperatura da água. A diferença nos fatores que determinam os deslocamentos das duas espécies parece natural de supor, já que a variação na temperatura da água na região Amazônica é provavelmente pequena o suficiente para que não sejam atingidos níveis intoleráveis aos animais, ao passo que a distribuição das macrófitas aquáticas é bastante variável no espaço e no tempo. Pelo que se sabe, as macrófitas aquáticas tendem a ocorrer mais em águas rasas com baixa correnteza, situações encontradas em muitos lagos
(principalmente perto das margens) no período da cheia (Novo, com. pess.). Por isso, para o presente modelo assumiu-se que a distribuição destes animais estaria intimamente relacionada à distribuição das macrófitas aquáticas.
Quanto à preferência por águas calmas, é provável também que esta seja uma forma de economizar a energia que seria gasta para se movimentar em um ambiente de correnteza mais intensa. No presente modelo, a pluma de sedimento, causada pela entrada da água mais
‘barrenta’ do Rio Amazonas no Lago Grande de Curuai (LGC), identificada a partir de uma imagem satélite, foi usada como indicativo da região de maior correnteza.
Além dos dois fatores mencionados acima, informações de campo obtidas junto a ribeirinhos da região de Santarém, PA, apontaram um outro fator relevante para a distribuição do animal: O Ser Humano, mais especificamente, sua ausência. Não se sabe se este é um padrão característico da espécie ou se é apenas uma peculiaridade da região