Pedido de vida
Arte Sacra e Arte Religiosa
Há uma distinção entre Arte Sacra e Arte Religiosa, Arte de Culto e Arte de Devoção que deve ser levada em conta dentro da análise que pretendemos fazer do acervo de arte do Museu Arquidiocesano Dom Joaquim.
Dependendo do fim a que se destina uma obra de arte, pode ser considerada sacra
(de culto) ou religiosa (de devoção). Segundo Cláudio Pastro: "a arte sacra é algo feito do ser da Igreja, da profundeza do ser cristão, é uma continuidade da liturgia e da celebração cristã e se põe a serviço da Igreja. A função da arte sacra é testemunhar
Jesus Cristo. Ela é o visualização plástica do evangelho, a petrificação dos dogmas, e por isso, nos aproxima mais do verdadeiro ecumenismo cristão do que qualquer outra coisa. Ela também é educativa.".( Pastro, 1993: p.) A obra de arte sacra é um fenômeno comunicativo, tem como objetivo expressar uma verdade que vai além do racional, do conhecido, do humano. Seu objetivo é celebrar com a comunidade. Não é apenas a expressão do artista, mas de toda a comunidade na qual ele está inserido e a qual sua arte serve. É uma arte simbólica e teocêntrica.
Suas formas são simples, cruas, as cores são chapadas e sem nuances, sem efeitos especiais. É expressão de algo maior, não cabe em si mesma. A arte sacra é meio e não fim. Não tem a presunção de ser o centro, o fim em si mesma, ao contrário, sabe que serve a algo maior. Não é antropológica, nem lírica, nem acadêmica. É uma arte imaginativa, geométrica, abstrata e idealista.
A arte sacra faz um todo com a liturgia na construção do espaço do sagrado. Não tem razão de ser fora deste contexto, não serve para decorar a sala de uma casa, por exemplo. A arte sacra primitiva difere um pouco da arte sacra atual ou mesmo do final do século
XIX. É preciso que se leve em conta as mudanças sociais, políticas, econômicas, científicas e culturais que ocorreram deste o início do cristianismo e interferiram na religiosidade do homem.