Pediatria
Especialização em Emergência
Pediatria
Zilda Aparecida Pestana Silva
PROFESSOR: Luiz Marques
São Paulo
2013
Sumário
Introdução
A abordagem diagnóstica e terapêutica de uma criança gravemente enferma, seja no setor de emergência ou na UTI pediátrica, é quase sempre invasiva e agressiva. Procedimentos traumáticos e dolorosos, como punções dos mais variados sítios, cateterismos vasculares, intubação oro traqueal, sondagem vesical, diálise peritoneal etc., são frequentemente realizados, levando a criança à agitação, ansiedade e estresse.
Além do mais, a situação de internação na qual a criança se encontra, eventualmente separada dos pais, cercada de pessoas e aparelhos estranhos, em ventilação mecânica, em ambiente constantemente iluminado e ruidoso, com interrupção do ciclo sono-vigília fisiológico, gera ainda mais ansiedade e maior suscetibilidade à dor, podendo interferir nos procedimentos a serem realizados, bem como na sua evolução e recuperação.
Normalmente, subestimamos a dor do paciente pediátrico, e o subtratamento é a rotina nos mais variados serviços. Havia, até pouco tempo, o conceito de que recém-nascidos (RN) e lactentes jovens não teriam maturidade neurológica para conduzir, de forma adequada, os estímulos dolorosos devido à não completa mielinização do sistema nervoso. Havia, também, a crença de que esses pacientes não teriam capacidade de armazenar em sua memória essas experiências dolorosas.
Fisiologia da dor
A dor é transmitida a partir de nociceptores localizados na pele e vísceras que podem ser ativados por estímulos mecânicos, térmicos e químicos, cuja expansividade pode ser modulada por meio da ação de prostaglandinas, cininas, catecolaminas, íons H+, K+ e substância P (um neurotransmissor específico das fibras condutoras do estímulo doloroso). Tais estímulos são conduzidos através de