pedagogia
Mas alguns de vocês podem objetar que a filosofia é difícil. Queremos dizer que há, em torno disso, certo preconceito. No dizer de Gramsci,
Deve-se destruir o preconceito, muito difundido, de que a filosofia seja algo muito difícil pelo fato de ser a atividade intelectual própria de uma determinada categoria de cientistas especializados ou de filósofos profissionais e sistemáticos. Deve-se, portanto,demonstrar, preliminarmente, que todos os homens são “filósofos”, definindo os limites e as características desta “filosofia espontânea” peculiar a “todo o mundo”, isto é, da filosofia que está contida: 1) na própria linguagem, que é um conjunto de noções e de conceitos determinados e não, simplesmente, de palavras gramaticalmente vazias de conteúdos; 2) no senso comum e no bom-senso;3) na religião popular e, consequentemente, em todo o sistema de crenças,superstições, opiniões, modos de ver e de agir que se manifestam naquilo que se conhece geralmente por “folclore”.
Após demonstrar que todos são filósofos, ainda que a seu modo, inconscientemente(porque, inclusive na mais simples manifestação de uma atividade intelectual qualquer, na “linguagem”, está contida uma determinada concepção do mundo),passemos ao segundo momento, ao momento da crítica e da consciência, ou seja,ao seguinte problema: é preferível “participar” de uma concepção do mundo“imposta” mecanicamente pelo ambiente exterior, ou seja, por um dos vários grupos sociais nos quais todos estão automaticamente envolvidos desde sua entrada no mundo consciente (e que pode ser a própria aldeia ou a província,pode se originar na paróquia e na “atividade intelectual” do vigário ou do velho patriarca, cuja “sabedoria” dita leis, na mulher que herdou a sabedoria das bruxas ou no pequeno intelectual avinagrado pela própria estupidez e pela impotência para a ação) ou é preferível elaborar a própria concepção do mundo de uma maneira crítica e consciente e, portanto, em