Pedagogia
Uma das primeiras preocupações dos estudiosos em relação à cultura refere-se a sua origem. Em outras palavras, como o homem adquiriu esse processo extra-somático que o diferenciou de todos os animais e lhe deu um lugar privilegiado na vida terrestre?
Umas das grandes questões da humanidade é como surgiu à cultura, uma das respostas a esta pergunta seria que a cultura surgiu a partir do momento em que o homem evoluiu dos primatas, uma resposta insatisfatória, pois leva a outra pergunta: porque o cérebro do primata evoluiu a ponto de permitir o aparecimento do homem? Richard Leackey e Roger Lewin diziam que este fato ocorreu por causa da vida arborícola que os primatas viviam, que em conjunto com a visão estereoscópica e a utilização das mãos possibilitava a esses primatas relacionarem cores, formas, pesos e cheiros.
Claude Lévi-Strauss considera que a cultura surgiu quando o homem se deparou com a primeira regra, a proibição do incesto, norma presente em todas as sociedades.
Os católicos dizem que o homem adquiriu cultura no momento em que recebeu do Criador uma alma imortal. E esta somente foi atribuída ao primata no momento em que a divindade considerou que o corpo do mesmo tinha evoluído organicamente o suficiente para tornar-se digno de uma alma, e consequentemente, de cultura.
Segundos os conhecimentos científicos atuais, a cultura provém de muito antes dos conceitos religiosos como a concepção da alma. O Antropólogo norte-americano, Clifford Geertz mostrou em seu artigo “A transição para a humanidade” que o Australopiteco é uma espécie de homem que já trazia aspectos culturais, uma vez que ele era capaz de caçar e confeccionar objetos com este fim, mesmo com um cérebro 1/3 menor da nossa atual capacidade e com cerca de 1,20m de altura, o que provavelmente elimina a possibilidade de o mesmo possuir uma linguagem. Pelo animal ser incapaz de adquirir outros aspectos de cultura, há uma dúvida sobre a teoria do citado