pedagogia
MARA MONTEIRO DA CRUZ
Desde que nascemos, demonstramos que não só nossos músculos e ossos se desenvolvem, mas também nossa capacidade de pensar e nos relacionar com os outros. Assim, processos muito complexos são observados em cenas simples do cotidiano: converse com o bebê e observe que seus lábios se movem, e ele emite sons. Não só tenta imitar o adulto, mas interagir com ele. Desde muito cedo, também,
o bebê entende o que é uma voz zangada, ou o que é uma voz “carinhosa”.
As crianças que aprendem mais são as que vivem em um ambiente com mais estímulos, as que podem experimentar mais coisas.
Atualmente, graças a descobertas de pesquisadores, alguns conceitos importantes estão sendo revistos. Por exemplo, para Piaget, a criança de até 6 anos seria considerada incapaz de raciocinar logicamente. Ele comprovou isso depois de realizar com elas alguns testes, como a clássica experiência de derramar água de um copo mais largo em um copo mais fino e perguntar à criança em copo havia mais água. As crianças, observando que o nível de água parecia mais alto, respondiam que havia mais água no copo mais fino.
Estudando como o cérebro aprende, os cientistas estão chegando à conclusão que, nesta idade, de 0 a 6 anos, a criança pensa logicamente, mas precisa fazer para aprender. Talvez, se as crianças do teste de Piaget pudessem, elas mesmas, derramar a água de um copo para outro, várias vezes, a maioria descobriria que a quantidade de água era a mesma.
Os primeiros anos de vida marcam, profundamente, nossa forma de pensar e interagir com o mundo que nos cerca, É nessa fase que se formam, com mais intensidade, as conexões em nosso cérebro. Se, nesse período, por exemplo, alguém for mantido em um quarto totalmente escuro, sem estímulos visuais, jamais aprenderá a ver, mesmo que depois viva, normalmente em sociedade. Isso quer dizer que, apesar de ter olhos saudáveis, seu cérebro