Pedagogia

Sobre Jequitibás e Eucaliptos (Reflexão)
Amor
Rubens Alves faz-nos refletir sobre profissões de extrema importância num passado remoto, mas que hoje estão extintas ou em extinção em função da tecnologia, industrialização e do avanço rumo ao futuro. Relembra o artesão, o boticário, o caixeiro viajante, o tocador de realejo, o tropeiro...interroga então onde estarão os educadores, declarando imediatamente a diferença entre professores e educadores, onde este tem a vocação que nasce do amor, onde aflora a esperança e o primeiro nada mais é do que a própria profissão. “Pode ser que os educadores sejam confundidos com professores, da mesma forma como se pode dizer: jequitibá e eucalipto não são tudo árvore, madeira? No final, não dá tudo no mesmo?” Neste momento observa que o jequitibá tem um mistério, personalidade, onde os antigos acreditavam que possuía alma, “aquela árvore diferente” que sentiu coisas que ninguém mais sentiu, e então compara aos educadores, que possuem um nome, uma “estória” a ser contada, onde o que vale é a relação que os liga aos alunos, respeitando a singularidade de cada um...nesse espaço estabelecido à dois acontece a educação.
O educador habita no mundo da interioridade, definido por suas visões, paixões, esperanças, sustentadas aqui pela ética religiosa cristã, onde a moralidade de uma ação se baseia na intenção. O eucalipto, plantado em posição de sentido e preparado para corte, visa lucro sem o menor constrangimento e nesta analogia temos o professor cujo interesse é o “crédito” cultural que o aluno adquire em determinada disciplina, onde para a instituição pouco importa quem a ministra, sendo descartáveis a qualquer momento. A identidade é engolida pela função, sendo gerenciada e racionalizada, o ser é submetido ao ritmo das máquinas, passando então professor e alunos serem avaliados quantativamente. No entanto ensino-educação não podem ser avaliados, pois não há critérios para fazê-lo. No espaço funcional gerenciado, o educador