Pedagogia no brasil
PRIMORDIAIS
CRUZ, Giseli Barreto da – PUC-Rio
GT-08: Formação de Professores
Agência Financiadora: CNPq
O estudo proposto
A pesquisa desenvolvida investigou a trajetória e a visão de um grupo de dezessete pedagogos, considerados primordiais, sobre o início do Curso de Pedagogia no Brasil e as mutações por ele sofridas, para analisar as implicações, resistências e avanços na evolução desse curso e sua importância no contexto do campo acadêmico.
A pedagogia sempre foi muito questionada. Dentre tantas obras, o Manifesto a favor dos pedagogos, escrito por Houssaye, Soëtard, Hameline e Fabre (2004), situa os questionamentos que a põem em xeque, realçando que ela não precisa ser resgatada, porém respeitada. O fato é que os estudos sobre a pedagogia como produtora de saber evidenciam a perspectiva inconclusa do debate epistemológico. A dificuldade em nomear o tipo de saber que a constitui contribui para fazer consolidar no senso comum pedagógico a idéia de que lhe falta um saber próprio. Essa perspectiva interferiu, ao longo do tempo, na própria concepção e estruturação do curso de formação de pedagogos. Os estudos da história do curso, em especial o de Brzezinski (1996) e o de
Bissolli da Silva (1999), chamam atenção para o problema identitário da pedagogia, imersa em um curso perpassado de ambigüidades e contradições. Na literatura é crescente a discussão em torno do Curso de Pedagogia, em especial por conta do processo de definição de suas atuais diretrizes curriculares1, acentuando, ainda mais, o tom das idéias difusas que cercam as proposições a respeito desse curso2.
Ora, se dos pontos de vista teórico e histórico, a pedagogia, respectivamente, enquanto domínio de conhecimento e enquanto curso, mostra-se vulnerável e frágil, como situá-la no campo acadêmico? Como a pedagogia é percebida, vista, entendida em um dos campos de sua produção? Seria ela algo dispensável? Ou seria detentora