Pedagogia da autonomia 3.9
É preciso estar aberto ao “querer bem” os educandos e a prática educativa.
Querer bem não significa que devemos gostar de todos os alunos de maneira igual, e sim que a afetividade não nos assusta, não temos receio de demonstrá-lo por medo de que essa relação de afetividade interfira no modo como os alunos nos vejam, ou seja, que o respeito acabe.
Sabendo disso, é errado dizer que a seriedade docente e a afetividade não são vistas juntas: seriedade docente não significa ser um professor frio, distante e severo. O que não pode acontecer é que a afetividade interfira em nossa ética.
“A atividade docente que a discente não se separa é alegre por natureza.” Outra questão que também não pode ser separada da “seriedade docente” é a alegria, o gostar do que faz. Tal alegria deve andar junto com a minha rigorosidade, pois quanto mais rigoroso eu for na busca da minha docência mas alegre vou me sentir.
Sem o querer bem e a alegria de viver a prática educativa perde o sentido, pois elas são forças que explicam porque muita gente permanece no magistério, apesar de toda imoralidade dos salários. Permanecem e continuam cumprindo seu dever com amor, mas nunca deixar de lutar politicamente por seus direitos e pelo respeito a dignidade de sua tarefa.
A prática educativa então, é tudo isso: afetividade, alegria, capacidade cientifica, domínio técnico a mudança ou infelizmente permanência do hoje. É nessa permanência do hoje, que surge um professor pragmático, com caráter desesperançoso e uma educação fria e acomodada, antihumanista, segundo Freire. Os educadores, devem ser progressistas: trabalho focado no ser humano em processo de busca.
Finalizando então, Freire diz que nunca conseguiu entender como a prática educativa, tão humana, pudesse ser tratada como uma experiência fria e com falta de rigorosidade. Ele, se diz convencido que a rigorosidade dele, não o torna arrogante. Arrogância não é sinal de competência, nem competência