PEDAGOGA

O Bebê e as palavras: A Família e o Sacrifício
A dinâmica familiar e os conflitos presentes no cotidiano de uma família sempre foram objeto de investigação teórica da psicanalise.
Atualmente ocorre uma mudança na configuração da família, onde a ciência questiona os limites da condição humana.
Esta configuração mesmo errônea é o lugar que o sujeito se constitui. A família é a soma das individualidades de cada um, que forma um conjunto de singularidades onde cada um se constitui do outro.
A família não é uma formula um lugar ideal e perfeito. Ela precisa falhar, errar, para que o sujeito possa se formar e lidar com sua insuficiência. A família precisa encontrar o seu modo de funcionamento.
O sujeito é formado do desejo da Mãe, do nome do pai, das interdições, que impede que mãe e filho não entrem numa simbiose. O pai precisa castrar o filho, para mostrar a ele que existem regras e desejos que diferem dos dele.
A falta deste corte paterno, ou a desautorização deste pai pela mãe, impede o sujeito de se constituir.
Para que a criança não fique presa no desejo materno é preciso que o pai apresente seus desejos e mostre o lugar que ocupa ao lado desta mãe.
Certa vez tive um aluno que não falava, mal balbuciava algumas silaba, ele não falava nem ao menos mamãe aos dois anos de idade.
Através de historias que se ouvia dentro da instituição, esta criança ficou internada um tempo no hospital e retornou ainda mais mudo e agressivo.
Ao busca-lo a mãe gostava sempre de enfatizar que ele não falava nada e ela conseguia assim mesmo adivinhar todos os desejos dele. Como se não bastasse ela dizia que o pai não o entendia e era estupido, tudo isso na frente da criança.
Com o tempo comecei a insistir que ele falasse o que desejava ao invés de apontar ou levar minha mão até o objeto desejado, por meio de músicas e de muita insistência logo ele começou a falar. Ao comunicar a mãe que ele estava pronunciando algumas palavras, esta negou, disse que era impossível,