Pe A Nova
Começa com a cena dos palhaços na abertura.
CENA I
Quem ainda for vivo, não diga "nunca"!
Neste mundo não há certezas.
As coisas não irão ficar como estão.
Quando os opressores tiverem falado
Falarão os oprimidos.
Quem se atreve a dizer "nunca!"?
De quem é a responsabilidade se a opressão continuar?
É nossa.
De quem é a responsabilidade se ela for destruída? Também será nossa.
Levante-se, quem for derrubado!
Lute, quem estiver perdido!
Quem poderá deter aquele que está consciente da sua situação?
Pois os vencidos de hoje serão os vencedores de amanhã
E o "nunca" transforma-se em "Hoje ainda!" (Brecht)
Todos cantam a música: “boa noite meus senhores...”
CENA II
Todos saem do palco, entra Totonha, cantando a estrofe da música:
“Eu sou roceiro, vivo de cavar o chão.
Tenho as mãos calejadas, meu senhor.
Me falta terra, falta casa e falta pão
Não sei onde é o Brasil do lavrador...”
. De repente chaga sua filha Quitéria, vindo da escola.
QUITÉRIA – Mãeeee cheguei!
TOTONHA – Oi minha filha. Pelo visto a escola foi boa hoje hem?
QUITÉRIA – Eita mãe eu nem te conto, nunca pensei que fosse aprender tanto. Existem muitas coisas importantes que eu não sabia.
TOTONHA - Que bom minha filha, eu sempre sonhei que você ia ser uma menina inteligente e esforçada. Tenho certeza que você vai fazer a diferença.
QUITÉRIA – E a senhora sabia que São Paulo é o estado mais populoso do Brasil? E que lá tem muitas empresas?
TOTONHA- Sei minha filha, mas o que isso tem haver com você?
QUITÉRIA – Quando eu crescer eu vou pra lá. Vou ter um bom emprego. Por que aqui nesse lugar ninguém sai do canto.
TOTONHA- Menina deixe de falar besteira! Você tem que crescer mesmo e ser alguém na vida, mas é pra ficar aqui e ajudar sua família.
QUITÉRIA – Até parece mãe, que eu vou ficar a vida toda me matando de estudar, pra no final ficar aqui nesse fim de mundo. Nem pensar!
TOTONHA – Pelo visto você tem muito que aprender dona Quitéria! Onde já se viu uma pessoa que não dá