Pdsa amapá
1. Idealização e concepção
Os debates que se estruturam acerca do desenvolvimento do atual Estado do Amapá ou a construção do espaço geográfico amapaense, não podem de maneira nenhuma deixar de considerar o passado de políticas desenvolvimentistas que se vinculam a sua história. O povoamento e a apropriação do espaço amapaense pouco difere de outros espaços amazônicos. É resultado de um processo de espoliação das riquezas regionais. A Amazônia, de maneira geral, caracteriza-se por apresentar-se como espaço marcado pelos conflitos engendrados por grupos econômicos nacionais e internacionais na busca de apoderarem-se das riquezas naturais.
No processo de apropriação do espaço que hoje constitui o Estado do Amapá, grande parte do potencial econômico foi explorado de forma destrutiva, característica de um modo de pensar o desenvolvimento muito presente em todo o século passado. Não obstante, tal mecanismo veio a satisfazer de maneira satisfatória as demandas do sistema internacional, na busca pela acumulação de riquezas.
Ao ser criado em 1943, o Território Federal do Amapá (TFA), no final da ditadura de Getúlio Vargas, visava atender a dois objetivos básicos. O primeiro, de cunho estratégico e geopolítico, voltava-se para garantir a soberania brasileira sobre uma área de fronteira do País. O segundo, como conseqüência do primeiro, correspondia à intenção de fomentar um desenvolvimento regional naquele espaço, considerando o TFA como o embrião de um futuro Estado. Entretanto, as intenções de estruturação de um espaço que engendrasse um desenvolvimento econômico e social dinâmico não se fizeram acompanhar de políticas públicas de desenvolvimento para a população local já existente ou para aqueles que se deslocaram para o Amapá após a criação do Território Federal, na década de 1940. Com a implantação de projetos de exploração dos recursos naturais nas décadas de 1950 e 1960, há certa expectativa por parte