“A Psicologia Sócio-Histórica: Uma tentativa de sistematização epistemológica e metodológica” ROSA, Elisa Z.; ANDRIANI, Ana Gabriela P., 2002 A contribuição Marxista, a construção e os fundamentos da Psicologia Sócio-Historica A psicologia sócio-histórica é influenciada pela concepção materialista dialética criada por Karl Marx. Quando observamos o momento histórico em que Marx viveu é possível notar muito de sua produção, o período é a passagem para o século XX e foi marcado pelo crescimento do capitalismo no âmbito econômico e no âmbito social pela divisão entre trabalhadores e burgueses, os primeiros buscando transformações socialistas e os segundos agindo de forma menos radical. Para Marx, o homem na medida em que satisfaz suas necessidades atua sobre a natureza de forma dialética, é nela que ele encontra seus meios de produção que vão garantir sua existência, mas é com ela também que ele se transforma. A organização na sociedade depende de como os homens se organizam para produzir seus meios de existência, é importante lembrar que tal estrutura não é estável. Pode-se dizer que a forma de organização da sociedade associada à forma de produção de seus meios de existência formam as bases materiais ou infraestrutura, que por sua vez desenvolve-se juntamente com um conjunto de ideias uteis para a reprodução do sistema (superestrutura). Infra e superestrutura se relacionam na medida em que as transformações na superestrutura são determinadas pelas mudanças ocorridas nas bases materiais. A infraestrutura determina a superestrutura e o homem é determinado pelas relações de produção, ou seja, a base de toda sociedade está nas condições materiais e sendo assim, as classes dominantes estão a serviço da manutenção do sistema, o que pode levar a uma discrepância entre as ideias dominantes e as condições materiais (alienação). Podemos dizer que é mais ou menos nisso que se baseia a concepção materialista dialética, na qual os fenômenos são multideterminados, as