Paz perpétua
1º artigo
«Não deve considerar-se como válido nenhum tratado de paz que se tenha feito com a reserva secreta de elementos para uma guerra futura.»
Neste artigo é perceptível a distinção que Kant faz entre paz, que considera válido porque é eterno e só sobre o qual se deve considerar um tratado, e trégua que é temporária e na qual a guerra está apenas adormecida (“…com a reserva secreta de elementos para uma guerra futura.”). Para Kant deveria, para terminar com as guerras entre os estados, ser criado um projeto mundial a que deu o nome de Projeto de Paz Perpétua. Quando se assina um tratado com outra intensão a não ser a paz duradoura, os governantes que o fazem estão a colocar em causa os direitos naturais (Igualdade, Liberdade e Independência) concedidos aos indivíduos, que fundamentalmente foram aqueles que os colocaram lá para os governar. E assim, estão a retirar aos seres humanos a moralidade que, segundo Kant, nunca a civilização conduziu. Ele diz isto porque com o avançar dos tempos o Homem não se foi tornando pior nem mais cruel, conseguiu é ter utensílios melhores que já não afectavam apenas um indivíduo mas quase toda ou mesmo toda a Humanidade (bomba nuclear, por exemplo). Com tudo isto, as pessoas começaram a perder a liberdade, sendo obrigadas a seguir a razão em vez da sua própria vontade, para sobreviverem. Só o projeto que ele propõe pode devolver os direitos naturais às pessoas a moralidade, o serem livres, o agirem segundo leis que foram elas mesmas que aceitaram e o que para Kant é tão importante: o imperativo categórico em que se deve agir de forma a que a nossa acção possa ser convertida em lei universal.
Assim, só se deve considerar como válido um tratado em que a moralidade prevaleça na