Paulo Granjo
Granjo discute a legitimidade e pertinência de uma investigação antropológica em contexto fabril.
Segundo Granjo os factores que justificaram esse género de pesquisa “a porta de casa”, foi a busca de referentes identitários de um presente crescentemente urbano no passado e no espaço rural e o fechamento dos antigos espaços coloniais á investigação antropológica, com a consequente busca, por parte dos antropólogos, de terrenos “exóticos” e “ primitivos” alternativos.
Existiu uma outra linha de desenvolvimento de práticas antropológicas “á porta de casa” que decorre da formação de antropólogos oriundos de países anteriormente colonizados, ou de povos dominados no país a que pertencem.
As temáticas desses estudos era “o indiginismo latino-americano; a reabilitação pós-colonial da Antropologia enquanto instrumento de conhecimento social, pois apesar da sua matriz ocidental apesar da frequente construção da dicotomia de alteridade cultural entre a “modernidade urbana” deste e uma “ruralidade tradicional “ estudada; e os movimentos de estudos regionais ou de nacionalidades, num processo de reafirmação identitária e de diferença.
As primeiras abordagens da indústria pela Antropologia derivaram das necessidades e dificuldades enfrentadas pela estratégia paternalista de gestão laboral.
Segundo Cutileiro citado por Granjo os problemas específicos de um antropólogo investigando a sua própria sociedade teriam consequências a levar em conta numa avaliação profissional, isto é, cientifica, do produto do seu trabalho:
O nativo será mais rápido e mais perceptivo sobretudo relativamente a detalhes ou instancias isoladas. Não obstante, ser-lhe-á requerido um esforço muito maior do que a um forasteiro para conseguir formar uma concepção integral de uma sociedade de que, pelo menos a alguns níveis de experiencia, ele faz parte. Por outro, mesmo que le forme uma concepção integral da sociedade, a sua visão tenderá a ser