Paulo freire
Para tratar da importância do ato de ler Paulo Freire resgata exemplos de sua própria infância e juventude, nas quais explicita que a leitura vai além da simples capacidade de decodificação das palavras, ler para Freire implica em ser capaz de desenvolver uma percepção crítica que possibilita uma interpretação do que é lido, interpretação esta que pode ser única, haja vista que para Freire o conhecimento de mundo que o indivíduo possui é peça chave desse processo, e considerando que cada um possui experiências únicas, sua interpretação é pessoal e única. Além disso, o autor ressalta a importância da “re-escrita” do lido, uma espécie de interpretação mais profunda que cada sujeito faz do que lhe é posto à frente, por sua vez, esta “re-escrita” concebe a influência do mundo ao qual o indivíduo está inserido. O autor demonstra ainda, que a leitura não está presa ao texto escrito ou falado, mas que esta é maleável e sujeita aos acontecimentos que ocorrem no “mundo” de cada um, é uma espécie de representação que fazemos das coisas, pessoas, locais e situações cotidianas. Somos capazes, por exemplo, de durante nosso estado adulto sentir um cheiro que nos era familiar quando crianças e liga-lo à aquele momento de nossa vida infantil, o que nos pode despertar diversas emoções e reações. Mas Paulo vai mais além, e mostra que o simples fato da recordação implica em uma re-leitura do nosso mundo como era e como está no presente e pode instigar uma re-escrita do mesmo. O mundo real, segundo o autor, proporciona a primeira experiência que temos com a leitura e quando evoluímos para a leitura da escrita as palavras e elementos que faziam parte do nosso mundo proporcionam um aprendizado mais efetivo, pois ocorre uma identificação automática entre o real e o escrito, e por isso também mais facilmente absorvida. Saber ler o mundo e acessa-lo através da palavra e da leitura permite um crescimento que não rompe com o já adquirido