PAULINA CHIZIANE
FRANCISCA HELENINA MENDES DE CASTRO. UNILAB/ FUNCAP
A narrativa de Paulina Chiziane, “Ventos do Apocalipse” (1999), cujo enredo apresenta a guerra civil moçambicana (1976-1992), faz uso de diversas formas de expressão literária, como histórias contadas “ao pé da fogueira” (narrativas orais), que se intercalam aos acontecimentos neste período de pós-independência. Também dá visibilidade à relação da mulher com o meio local, em discussão. Dados os acontecimentos, no decorrer da narrativa, analisamos a forte presença das tradições preservadas, nos referidos ambientes. Seguindo este viés, desenvolverei o presente trabalho que tem como objetivo analisar as questões femininas e culturais presentes no romance, relacionando estes elementos. O trabalho envolve estudos interdisciplinares os quais remetem à compreensão dos conhecimentos culturais e outros saberes, a fim de ampliar a gama de estudos que envolvem a literatura. As personagens são postas em contraposição à tradição como se fossem as principais modificadoras da tradição, em permanente dinâmica, no romance. Assim, vemos Minosse, Wusheni, Emelina, Danila, entre outras, como uma africana que fala a língua portuguesa, enfim, a figura feminina retratada por Chiziane remonta a própria vivencia por ter pertencido a uma sociedade patriarcal, remonta, ainda, a sua vontade de escrever aquilo que é novo apesar de esta não ser bem recebida quando ingressa em sua carreira, ideias que Paulina introduz em uma entrevista intitulada “Paulina Chiziane: as diversas possibilidades de falar sobre o feminino” (2010). Seguindo esse contexto, o feminismo presente na narrativa possivelmente trata de uma nova visão de Paulina Chiziane sobre a mulher em seu país.
PALAVRAS CHAVES: Literatura; feminismo; tradição
REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA
CHIZIANE, Paulina. Ventos do Apocalipse. Caminha. 1999. S.A Lisboa
DIOGO, Rosália Estelita Gregório.